domingo, 16 de junho de 2013

Curate Award

A Fundação Prada juntou-se à Autoridade dos Museus do Qatar para fundar o Curate Award. É uma iniciativa incrível - um prémio que dá a oportunidade a curadores do mundo inteiro, profissionais ou não, de verem as suas exposições de sonho realizadas, para além do reconhecimento que receberão com o prémio.

Há já uns anos que me interesso por curadoria. O papel do curador no mundo da arte tem vindo a crescer exponencialmente, e hoje em dia personagens como Hans Ulrich Obrist ou Klaus Biesenbach são super-estrelas da arte, ao nível dos maiores artistas, e considerados dos mais poderosos na indústria. Cada vez mais o curador é responsável por canalizar a arte para transformar a sociedade.

Como os promotores deste prémio reconhecem, todos somos curadores. Comunicamos algo com os objetos de que nos rodeamos, quer o façamos conscientemente ou não. O desafio deste prémio é criar uma exposição que seja cultural e socialmente relevante.


Deixo o vídeo de apresentação, que também está excelente (boa banda sonora!).

terça-feira, 11 de junho de 2013

Leão de Ouro para Tino Seghal

Tino Seghal ganhou o Leão de Ouro da Bienal de Veneza, que é como um Óscar (ou será mais um Nóbel?) do mundo da arte contemporânea. Os artistas que o recebem vêem as suas carreiras disparar e atingem um estatuto de estrelas que muitas vezes passa para o mainstream. Vencedores anteriores incluem Marina Abramovic e Jasper Johns.

Tino Seghal com o Leão de Ouro
A primeira vez que entrei em contacto com este artista foi quando entrei sem saber na sua peça "This Progress". Estava no Guggenheim de Nova Iorque, em 2010, e à medida que ia subindo a característica rampa do edifício, atores cada vez mais velhos iam-me acompanhando e fazendo perguntas de complexidade crescente. Foi diferente de tudo aquilo que conhecia na altura... Mais do que as perguntas da performance, observar os visitantes a participarem nela fez-me sentir que todos ali estávamos envolvidos com o museu e as peças, mais do que numa visita normal.

As suas obras atravessam constantemente as linhas entre a dança, o teatro e as artes visuais, mas para Seghal é óbvio que o seu lugar é no museu.

Na Bienal, Seghal apresentou uma performance com 3 pessoas a ajoelharem-se e a fazerem algo parecido com cantar e dançar ao mesmo tempo. Diz que o seu trabalho oferece um contraste com a postura omnipotente que o Homem pensava ter no séc.XX, e valoriza a efemeridade das suas obras, impossíveis de capturar e reproduzir totalmente, por serem ao vivo.

Este ano é também um dos preferidos ao prestigiado Turner Prize, pelas suas peças na Documenta 2012 e no Turbine Hall do Tate Modern.