Duarte Amaral Netto teve obras na exposição de Janeiro de
2009 “O Presente. Uma Dimensão Infinita”. Passei a conhecê-lo porque vi uma
fotografia dele no catálogo da exposição, a que não fui mas cujo catálogo
comprei numa feira do livro no CCB.
Olhar para as suas fotografias é como ler um romance. Ou como ver um filme, mas só numa imagem. Adivinhamos a situação que envolve os personagens, que existem naquelas casas
cheias de coisas. Casas cheias de coisas mas para as quais apetece olhar. O
fotógrafo consegue tornar esteticamente agradáveis esses ambientes domésticos confusos…o que deveria ser familiar e quotidiano torna-se objeto de beleza.
As cenas nunca invocam sentimentos muito fortes, mas antes carregam uma espécie de tensão. Não sabemos o que é que se passou antes ou vai
passar a seguir. Ou se sequer se se vai passar alguma coisa.
"Lisboa", 1999 |
A composição das imagens também indicia ficção... sentimos que houve de facto alguém a controlar aquilo que estamos a ver. O que não deixa de nos fazer sentir envolvidos pela situação representada.
Às vezes alguma coisa de errado se passa... Perguntamos o que é que está errado. Mas nunca percebemos, porque o que fica sempre é a apatia dos "personagens", que não nos deixa clara a situação. E provavelmente é isso que torna atraentes estas imagens, o facto de não nos dizerem o que mostram mas de se guardarem, de nos obrigarem a tentar descobri-las.
"Horóscopo", 2004 |
O artista nasceu em 1976, expõe regularmente e já foi galardoado com vários prémios. Tirou Comunicação Cultural na Católica e estudou fotografia no ar.co depois disso, em 2000. A colecção BESart tem várias fotografias suas.
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