sábado, 27 de julho de 2013

WS, de Paul McCarthy

Inicialmente pensei que não seria muto relevante escrever sobre a exposição WS, do Paul McCarthy, porque não vi imagens que fossem representativas da exposição, que na verdade é só uma peça gigante. Mas ao pesquisar mais sobre ela, surgiu-me uma reflexão que decidi publicar aqui.

A peça pega no imaginário da Branca de Neve (WS são as iniciais de Snow White ao contrário), e distorce-o completamente, tornando tudo intensamente sexual, violento, e perturbador no todo. O artista diz que toda a peça está de certa forma relacionada com a sua história pessoal – um dos componentes da peça é uma réplica da sua casa de infância.

Escusado será dizer que eu adorava poder ir à exposição, que infelizmente está instalada em Nova Iorque.

Decidi deixar aqui uma nota um bocado melancólica, quase um queixume. 

É incrível, a dimensão da peça. Levou-me a pensar que algo do género em Portugal seria extremamente difícil, para não dizer impensável, de acontecer. Dedicar-se todos estes recursos a uma única peça de um único artista… Em Portugal, para tal acontecer o artista em questão teria de ser um já elevado a ícone nacional, completamente dentro do mainstream. Vem-me à mente a Joana Vasconcelos, que é das poucas que de facto consegue instalar as suas peças de grandes dimensões em espaços públicos. Mas ela não é comparável a um Paul McCarthy, que é muito mais subtil naquilo que comunica, muito mais irreverente e provocador, cedendo ao cliché… é muito popular nos EUA mas nunca atingiria grande escala em Portugal.

Infelizmente em Portugal, dada a reduzida dimensão da nossa economia, estas coisas acabam por não acontecer. Alocar os recursos necessários a este tipo de coisas acaba por não compensar, pois não há procura suficiente. E é isso que me leva por vezes a notar que de facto o mundo da arte em Portugal, em Lisboa, simplesmente não é nem nunca será tão excitante como é lá fora. Muitas coisas que lá fora são possíveis porque têm procura que as justifique, cá não são. WS de Paul McCarthy é um exemplo.

Aqui ficam dois vídeos da exposição. No Time-Lapse percebe-se bem a dimensão da peça.





Algumas imagens:


 




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